Antigamente os casamentos aconteciam por razões comerciais. Duas famílias firmavam acordo entre si, e como forma de selar o pacto, prometiam seus filhos em casamento. Melhor dizendo, aquele que tivesse uma filha é que a prometia. O destino de muitas dessas garotas era selado antes mesmo que elas chegassem à adolescência. O dinheiro, portanto, estava presente nas relações afetivas, e maneira decisiva. Aliás, até bem pouco tempo atrás, o nascimento de uma menina era visto como "infortúnio" pelo pai. Para "redimir-se", a saída seria arranjar um homem de boa condição financeira, cujo herdeiro quisesse casar-se com sua filha.
Vivi minha adolescência em Gandu, interior da Bahia, onde era comum o casamento acontecer depois que os pais dos noivos lhes davam um mínimo de condição para começar a nova vida. Dessa forma, os pais compravam móveis ou construíam casa para os nubentes, e era imprescindível que o rapaz estivesse trabalhando, caso contrário, o casamento não acontecia. Novamente, a questão financeira se faz presente.
Estamos no século XXI, as relações afetivas evoluíram; hoje o termo "casamento" não quer dizer a mesma coisa que há 20, 30 anos atrás. Há diversos tipos de relação, mas a questão financeira continua a ser fator decisivo, nem tanto para a constituição, como para a manutenção de um casamento.
Recente pesquisa divulgada no porta Clube 700 (www.clube700.com.br), dá conta que dificuldades financeiras é um dos fatores que contribuem para separações de casais. A situação é mais crítica quando a mulher assume o papel de sustentadora da casa. As mulheres são hábeis em tudo que fazem, razão pela qual desperta o ciúme dos homens, que as discriminam por medo que elas lhes tome o lugar. Há poucos dias ouvi de um amigo a seguinte frase: "homem que sustenta a mulher, não faz mais que a obrigação; mulher, quando sustenta o homem, o vê ou como gigolô ou como vagabundo..."
Infelizmente essa é mais uma das heranças de uma sociedade patriarcal e sexista, em que igualdade entre homem e mulher existe, com efeito, apenas no papel. Na prática, as próprias mulheres absorvem afirmações jocosas e preconceitoas que lhes são imputadas pelos homens. Porém, não há como negar que elas nem sempre saem-se bem quando têm que sustentar marido, noivo, namorado ou "caso". Há casos em que sequer o fato do homem estar desempregado é levado em consideração.
De fato, é uma situação indesejável e constrangedora ter um homem em casa, sem trabalhar. Esta condição interfere diretamente na relação do casal, na medida em que o homem inativo tem sua auto estima abalada, e passa por uma sensação de inutilidade. É neste momento que torna-se imprescindível um estreitamento das conversas entre os cônjuges, e até mesmo busca de ajuda externa, de preferência profissional, como forma de ajudar o casal a manter a relação.
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