terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Brilho dos Olhos

Quando uma mulher está amando, seus olhos brilham. Outros sinais são visíveis, como sorriso suave e espontâneo, respiração mais lenta e profunda ao falar da paixão, espontaneidade no agir. Além disso, pode notar, ela dá um up no visual: cabelos, unhas, roupa, acessórios, maquiagem. Sim, é verdade que normalmente as mulheres cuidam assiduamente de tudo isso, mas o que quero dizer é que quando ela se apaixona, as mudanças sobressaem aos costumeiros olhares que a cercam.

O Brilho nos Olhos da mulher que está apaixonada é algo fascinante! A mulher é superior ao homen em matéria de sentimentos, e não consegue esconder o que se passa em seu coração, começando pelo olhar. Veja no ambiente de trabalho quando chega aquela sua colega e você logo percebe uma diferença contagiante. Se você é mulher, e ela tiver abertura contigo, vai te dar um abraço emocionado e dizer e revelar que está amando. Se voce é homem, ela demonstrará de outra forma mais discreta.

Na juventude é quando as pessoas mais se apaixonam. Segundo especialistas, a função biológica da Paixão é proporcionar forte atração com o sexo oposto tendo em vista a procriação. Independente de surgir ou não uma gravidez, é justamente quando se está apaixonado que se faz sexo mais assiduamente com o mesmo (a) parceiro (a).

Com o passar dos anos, entretanto, e principalmente se a mulher se casa, o tesão perde o fôlego, pois fatores como rotina doméstica e familiar são fulminantes para uma vida sexual mais ativa, ao menos é a opinião de especialistas. Com isto, o o Brilho nos Olhos da mulher fica ofuscado, pois o fogo da paixão, um amor impetuoso, já não existe mais. Deu lugar ao casamento e sua entediante rotina (na maioria das vezes).

De um lado a regra social castra a beleza da sedução, da conquista, do amor, da paixão, relegando à mulher o papel de ser esposa, mãe de filhos, dona de casa (pode até trabalhar), mas os limites estabelecidos como normais não lhe permitem a liberdade de outrora. Por mais que ela se produza e esforce, contudo, sem um grande amor seus olhos não brilharão novamente.

As pessoas se esquecem que o avançar dos anos deveria conduzi-las à evolução, e não ao ostracismo. Na medida em que surgem as dificuldades, é preciso ter criatividade para solucioná-las. Nos relacionamentos não é diferente. Acomodar-se sempre foi a opção mais prática e conveniente para os casais.

A rigor, as mulheres são mais objetivas quando a situação não as agrada. Por causa da própria natureza feminina, elas não conseguem esconder emoções (nem boas nem ruins), e logo clamam por mudanças. De fato é insuportável a rotina de um casal que há anos faz as mesmas coisas, nos mesmos lugares, das mesmas maneiras. A Sexóloga Regina Navarro Lins é de opinião que com o passar do tempo o casal se torna mais parente que amante, e isto inibe uma vida prazerosa e feliz.

Se para os olhos brilharem novamente como no começo da paixão é necessário estar amando, então que se ame. Não quero com isto dizer que deva-se sair em busca de um novo parceiro. Também não quero dizer que não o faça. Se posso dizer algo nesse sentido, é: FAÇA ALGO! Porque a inércia é amiga íntima do comodismo, que é primo "carnal" da rotina, que por sua vez é imão de sangue da palavra acostumado.

Aliás, há bons e maus costumes. Segundo a pretensa moral da sociedade, os "bons costumes" são aqueles que as pessoas 'de bem' praticam. Significa submeter-se à domesticação imposta pelo sistema onde é proibido ser feliz fora dos padrões estabelecidos, como se a felicidade fosse algo definido por regras e limites.

Mulher, permita que seus olhos brilhem... Apaixone-se! Ame! Seja feliz! Aqueles que não te compreendem nesse processo, são pessoas frustradas, que passaram suas vidas fazendo tudo conforme a cartilha, confinadas em seu mundinho.

O mundo de quem é feliz é espontâneo, natural, sincero, simples, onde não há regras a serem seguidas, nem leis proibitivas, nem ordenanças malfadadas. Ser feliz é um imperativo e só quem experimenta esta emoção sabe o que estou escrevendo. Às mulheres, em particular, com seu inconfundível Brilho nos Olhos, minha profunda admiração pela coragem e transparência de serem na essência a expressão do desejo divino para a humanidade: Ser Feliz!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quando o Certo é Errado, e o Errado é Certo.

Não sou chegado a programas religiosos, mas ontem à noite, enquanto mudava canais de televisão, me deparei com o Padre Fábio de Melo falando em um deles. O que me chamou a atenção e, por conseguinte, me fez parar para assistir, foi o tema que ele abordava: “Há momentos em que fazer o certo, é errado; e há também momentos em que fazer o errado, é a coisa certa”.

Ele respondia email de um advogado que, na condição de cristão, se sentia desconfortável em defender criminosos.

O sacerdote citou o exemplo da guarda do sábado, expresso nos Dez Mandamentos, e observou: “Pela Lei não se deve trabalhar nos sábados. É errado. No entanto, não posso deixar de servir alguém que precisa de mim no sábado. Não posso deixar de providenciar o sustento de minha família, pelo fato de ser um dia de sábado. Isto é certo”.

Aquilo me levou a uma profunda reflexão, pois as pessoas são criadas sob a égide de dualidades: certo ou errado, bom ou ruim, alto ou baixo, preto ou branco, doce ou salgado, céu ou inferno, Deus ou Diabo, e por aí vai. Também somos ensinados que a Lei é para ser obedecida, sendo que a situação fica acentuada quando se está em ambiente religioso, pois ali ou o a pessoa obedece (e é abençoada por Deus), ou desobedece (e cai nas mãos do demônio).

A mensagem de Fábio de Melo torna-se ainda mais importante, na medida em que ele é um padre, portanto, alguém zeloso da lei divina. Penso que o sacerdote não quis incitar a rebeldia, mas sim a obediência sadia e consciente. Em suma: as pessoas não devem ficar escravas de leis e ordenanças. Obedecer por obedecer, sem saber o real significado, não faz sentido e não produz efeito construtivo para o ser humano.

As palavras de Fábio de Melo encaixam-se no trecho sagrado que relata quando religiosos da época apresentaram uma mulher “adúltera” ao Cristo, e este não a condenou, pois sabia que nenhum dos acusadores era inocente, e mesmo que o fosse, não é esta atribuição de quem não tem “culpa no cartório”.

Isto me faz imaginar quanta gente vive, aprisionada a leis e convenções, quando se tivessem um pouco mais de conhecimento, saberiam permanecer onde estão, ou mudar, driblando a severidade legal, sem viver na ilegalidade.

A vida oferece um infinito leque de oportunidades, que às vezes são desperdiçadas porque as pessoas permitem-se aprisionar às convenções sociais, legais e religiosas. A preocupação em fazer o “certo”, levam-nas a errar consigo mesmas, ao preterirem o direito de uma vida plena em cada momento da existência.

A vida é feita de momentos. E momentos não costumam se repetir.

Lembro de um relato de Leonardo Boff em um de seus livros a respeito de uma mulher que ele conheceu durante uma viagem pelo interior. Ela confessou-se a ele, e recebeu sua bênção. Em seguida, a mulher começou a relatar sua vida rotineira em um casamento onde não tinha mais afinidade com o marido. Mãe de três filhos a mulher não escondeu sua atração pelo padre, e pediu a ele que lhe desse um momento de prazer, pois com o marido ela já não sentia mais.

Boff recusou-se e foi embora. Anos mais tarde ele confessou seu arrependimento... “Na Bíblia diz que não se deve envolver-se com a mulher do outro; eu, como padre, tinha votos de castidade. Agi dentro da lógica esperada para a situação. Depois, refletindo calmamente sobre o episódio, eu me arrependi, pois aquele foi um momento singular em minha vida e daquela mulher. Ela estava casada, e portanto, obedecia à Lei e à Bíblia, mas era infeliz no casamento, e isto desagrada o coração de Deus. O ser humano tem direito à felicidade, e esta não é definida pela legalidade ou ilegalidade, mas sim nos momentos em que aproveita-se as oportunidades de ser feliz”.

Como todos sabem, Leonardo Boff teve seus direitos de sacerdote cassados pelo Vaticano, mas tornou-se um dos maiores pensadores dos dias atuais, além de ter-se casado e constituído família.

Penso que obedecer, pura e simplesmente porque está implícito na Lei, na Bíblia ou nas Convenções Sociais, é errado. A pessoa que assim age, se parece com os ponteiros do relógio, que dão voltas em torno do “cercadinho” delimitado, e embora informem as horas, contudo, não vivem o tempo nem o momento...

Nilton Bonder, autor de A Alma Imoral (Ed. Rocco), denuncia a “moral que veste apenas o corpo”. A sociedade e a religião se preocupam em impor regras que, ao final das contas, ninguém cumpre. Como disse o Cristo: “colocam nos ombros alheios fardos que eles mesmos não carregam”.

O Filósofo Marcos Monteiro afirma que “vivemos em um mundo de plena falsa-moralidade, onde nada é permitido, mas tudo se faz”.

Há pessoas obcecadas em obedecer ou então em crise por se sentirem culpadas por “desobedecer”. Entendo que nenhuma lei, convenção ou regra é ruim em si. O desafio é viver em harmonia consigo (interior) e com o mundo (exterior). Para isto é preciso entender a vida que é pessoal, e os momentos são transitórios, mas que oferecem oportunidades de escolhas.

Viver preocupado (a) em ser “certinho” e ‘bonzinho’ pode agradar aos outros, mas a que preço? Pois é, há muita gente que abre mão da própria felicidade e realização, preocupada com o que os outros vão pensar, ou que Deus vá castigá-las por fazer algo, digamos que “politicamente incorreto”.

As clínicas e hospitais psiquiátricos estão lotados de pessoas que se esmeraram por fazerem sempre “a coisa certa”, e depois entraram em crise ao descobrirem que não alcançaram a felicidade. Para estes, a Sociedade e a Religião que exigem “bom comportamento”, dá as costas ou quando muito uma visitinha por descarrego de consciência. Os números indicam que 7 em cada 10 pacientes psiquiátricos são provenientes de ambientes religiosos.

Finalizo com uma frase que muito gosto, mas cuja autoria desconheço:

“Se você obedecer todas as regras, perderá toda a diversão que a vida oferece”.

domingo, 23 de agosto de 2009

O Mal da idéia de posse nos Relacionamentos

Acabo de ler matéria na edição on line do G1 (www.g1.com.br), sobre um assassinato ocorrido na noite de sábado (22) em São Paulo, quando um homem foi assassinado na frente da namorada. O autor do homicídio foi o ex-namorado dela, e segundo a Polícia, que já prendeu o acusado, este teria confessado a autoria e que que o motivo que o levou a tirar a vida do rapaz foi por não se conformar com o fim do namoro.

Isto me relembra algo que venho batendo na tecla há um bom tempo: a idéia de "posse" tão fortemente presente nos relacionamentos amorosos. É impressionante como uma das primeiras coisas que a maioria das pessoas fazem, logo quando começam a namorar, é cercear a liberdade do (a) parceiro (a). Passa a considerá-lo propriedade sua, e que, por isso mesmo, estaria sujeito a realizar somente aquilo que o (a) pretendente permitir.

Quando alguém se refere ao parceiro (a) antecede seu nome com o pronome possessivo meu, minha, e isto tem implicações muito maiores que um simples referir-se a alguém com quem está se relacionando. Na verdade, a idéia impregnada no imaginário dos amantes é de posse mesmo!

A meu ver isso é não apenas um equívoco, como também representa perigo para os dois. Ninguém precisa abrir mão de sua individualidade ou personalidade por causa do (a) parceiro. As mulheres, principalmente, são as que mais se curvam diante das investidas do namorado, noivo ou marido em dominá-la. Quando se permite esse "domínio", a relação já está em risco, porque um dos princípios básicos foi violado, que é o do direito de ir e vir.

É comum, por exemplo, homens impedirem que as mulhres com as quais se relacionam, usem determinado tipo de roupa, ou saia com amigas, ou ainda que chegue em casa fora de um determinado horário. As mulheres precisam reagir a esse tipo de postura, que na verdade, tenta lhes privar da liberdade.

O que as pessoas precisam ter em mente é que NINGUÉM É DONO DE NINGUÉM! O fato de ter uma relacionamento afetivo com outra pessoa, não pressupõe título de propriedade de um sobre o outro! Isto é um absurdo! Afinal, somos seres humanos e não objetos inanimados, os quais levamos para onde queremos, a hora que queremos e com eles fazemos o que bem entendermos!

Volta e meia nos deparamos com notícias de crimes com motivações passionais, geralmente cometidos por homens inconformados por que suas ex decidiram pôr fim ao relacionamento. Em parte, a vítima tem responsabilidade, na medida em que, de alguma forma, e por algum tempo, alimentou a relação de posse do companheiro sobre ela. O melhor, a meu ver, é deixar bem claro desde o início, e romper a relação imediatamente caso o cidadão tente lhe cercear a liberdade de alguma forma.

Homens que cometem esse tipo de crime são pessoas de baixa estima, de profunda dependência sentimental, e que se consideram "inferiores" ou imerecedores das mulheres com as quais estão se relacionando.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Quando o Casamento chega ao fim...

Nenhum casamento termina de uma hora para outra. O fim é construído no dia a dia, geralmente com pequenas coisas, atitudes ou palavras consideradas ínfimas, mas que têm o efeito de cupim, que age silenciosa, porém, initerruptamente. As pesquisas estão aí apontando um crescente número de divórcios no Brasil. As causas são muitas, sendo adultério e "incompatibilidade de gênios" as mais comuns. Outra que também aparece na lista é dificuldade financeira.

Seja lá porque razão for, o que quero enfatizar é que nenhum relacionamento termina por responsabilidade de apenas uma das partes. A outra, por menos que creia ou aceite, e por mais certa e com razão que esteja, também contribui. Desta forma, ao fim de um casamento, o melhor é que ambos os cônjuges façam um balanço equilibrado, juntos ou separadamente, e cada um identifique os próprios "erros" na relação.

É comum os homens apontarem "incompatibilidade de gênios", como causa porque deseja se separar da esposa. Já as mulheres não perdoam infidelidade e maus tratos. Quaisquer que sejam as razões que apontem, é bom estar certo de que, aquele cônjuge que se considera vítima, também contribuiu de alguma forma para o fim. Isso se dá porque a relação é a dois, e na convivência diária um age e outro reage, e vice-versa, de modo que os dois acabam sendo vítimas de si mesmos, dos próprios atos, escolhas, pensamentos, palavras...

Há divórcios que acontecem por razões inquestionáveis, como violação da integridade física (geralmente as mulheres são as vítimas). Há também casos de separações consensuais, onde os cônjuges concordam amigavelmente pelo fim da relação; e há ainda relacionamentos que chegam ao fim por razões mesquinhas e egoístas, como um dos cônjuges querer o fim do casamento por causa de uma terceira pessoa...

Separar-se simplesmente para casar-se com outra pessoa é uma atitude burra (perdoem-me o termo forte)! Ninguém jamais conseguirá ser feliz, se para tanto proporcionar a infelicidade de outro. As pessoas não são objetos que trocamos quando nos convém. A história prova que não dura muito e termina de forma bastante desagradável relacionamentos que para subsistir, teve que causar o rompimento de outro.


Sou de opinião que, afora os casos extremos, boa parte dos divórcios acontecem por orgulho das partes ou pelo menos de uma delas. É bom lembrar que quem pensa estar com toda a razão, geralmente é quem toma atitudes equivocadas, e que mais adiante coloca a pessoa numa encruzilhada, em que uma via conduz à humildade e consequente retorno; enquanto a outra exige orgulho elevado para manter a decisão.

Mas, seja como for, se a manutenção da relação chega a um nível insuportável, é melhor mesmo a separação, mas que esta aconteça de forma amigável, pois ex-cônjuges não é sinônimo de novos inimigos. Ademais, pode ser (e em muitos casos acontece) que as partes pensam friamente depois de um tempo e decidem reatar o relacionamento. Certo mesmo é que ninguém é culpado sozinho, a razão não está apenas de um lado, e principalmente ESTAR COM A RAZÃO NÃO É SINÔNIMO DE SER FELIZ...

domingo, 2 de março de 2008

Quando o dinheiro interfere na relação

Antigamente os casamentos aconteciam por razões comerciais. Duas famílias firmavam acordo entre si, e como forma de selar o pacto, prometiam seus filhos em casamento. Melhor dizendo, aquele que tivesse uma filha é que a prometia. O destino de muitas dessas garotas era selado antes mesmo que elas chegassem à adolescência. O dinheiro, portanto, estava presente nas relações afetivas, e maneira decisiva. Aliás, até bem pouco tempo atrás, o nascimento de uma menina era visto como "infortúnio" pelo pai. Para "redimir-se", a saída seria arranjar um homem de boa condição financeira, cujo herdeiro quisesse casar-se com sua filha.
Vivi minha adolescência em Gandu, interior da Bahia, onde era comum o casamento acontecer depois que os pais dos noivos lhes davam um mínimo de condição para começar a nova vida. Dessa forma, os pais compravam móveis ou construíam casa para os nubentes, e era imprescindível que o rapaz estivesse trabalhando, caso contrário, o casamento não acontecia. Novamente, a questão financeira se faz presente.
Estamos no século XXI, as relações afetivas evoluíram; hoje o termo "casamento" não quer dizer a mesma coisa que há 20, 30 anos atrás. Há diversos tipos de relação, mas a questão financeira continua a ser fator decisivo, nem tanto para a constituição, como para a manutenção de um casamento.
Recente pesquisa divulgada no porta Clube 700 (www.clube700.com.br), dá conta que dificuldades financeiras é um dos fatores que contribuem para separações de casais. A situação é mais crítica quando a mulher assume o papel de sustentadora da casa. As mulheres são hábeis em tudo que fazem, razão pela qual desperta o ciúme dos homens, que as discriminam por medo que elas lhes tome o lugar. Há poucos dias ouvi de um amigo a seguinte frase: "homem que sustenta a mulher, não faz mais que a obrigação; mulher, quando sustenta o homem, o vê ou como gigolô ou como vagabundo..."
Infelizmente essa é mais uma das heranças de uma sociedade patriarcal e sexista, em que igualdade entre homem e mulher existe, com efeito, apenas no papel. Na prática, as próprias mulheres absorvem afirmações jocosas e preconceitoas que lhes são imputadas pelos homens. Porém, não há como negar que elas nem sempre saem-se bem quando têm que sustentar marido, noivo, namorado ou "caso". Há casos em que sequer o fato do homem estar desempregado é levado em consideração.
De fato, é uma situação indesejável e constrangedora ter um homem em casa, sem trabalhar. Esta condição interfere diretamente na relação do casal, na medida em que o homem inativo tem sua auto estima abalada, e passa por uma sensação de inutilidade. É neste momento que torna-se imprescindível um estreitamento das conversas entre os cônjuges, e até mesmo busca de ajuda externa, de preferência profissional, como forma de ajudar o casal a manter a relação.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Se pensar bem...

Há poucos instantes li um *artigo muito interessante sobre divórcio no Brasil. Deixando de lado os dados estatísticos e as causas mais comuns que levam casais a separarem-se, quero comentar sobre algumas razões que não são mencionadas, mas que fazem parte do menu daqueles que optaram ou estão no caminho do fim do relacionamento.

Muitos casamentos terminam porque as partes não cedem. Cada um fica imaginando estar com a razão, e aí surge um segundo problema, pois quando eu afirmo que estou certo, também afirmo que o "outro" está errado. Aliás, essa dualidade certo-errado é um problema terrível! Mas, deixemos para comentar sobre isso em outra oportunidade. A questão é: se um lado não cede, ou ambos não cedem, não resta dúvida que o casamento vai mesmo terminar, e nessa quebra de braço não há vencedores. Aliás, já foi dito por alguém que nenhum casamento termina por responsabilidade de apenas um dos cônjuges. Em geral, aquele que julga-se estar "certo", tem tanta ou mais parcela de contribuição que o outro.

Respeito a decisão de quem deseja o divórcio, e sempre procuro trabalhar na direção que a pessoa escolha, mas sou pela manutenção do casamento, claro, com uma boa revigorada; isso envolve renúncia, respeito, revisão de metas e valores, além dos valhos ingredientes já conhecidos, que são Amor, Companheirismo, Cumplicidade, Tesão, etc.

Um grande número de relacionamentos chega ao fim por falta de comunicação, ou por comunicação inadequada. Os cônjuges precisam entender que têm diante de si um outro ser humano, o qual pode ter errado, magoado ou feito um zilhão de coisas que lhe desagradou, mas é uma pessoa, e como tal merece respeito e atenção. Vale lembrar que, mesmo na guerra, os adversários mantém uma linha de comunicação. Que os casais lembrem-se disto, e preservem o canal de diálogo, mesmo com as diferenças.

Em geral as pessoas que saem de um casamento em busca de realização em uma nova relação, deixando para trás situações mal resolvidas, acabam frustrando-se e terminando o novo affair mais cedo do que imaginava. Se se vai divorciar, que o faça, mas sem deixar resquício de situações inacabadas. A própria consciência agradece.

*http://www.clube700.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=162&Itemid=30

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O Tabu

Sexo ainda é um tema controverso, seja na sociedade, na religião, ou mesmo entre os chamados "liberais". Herdamos uma tradição que o apresenta como algo sujo, pecaminoso, um mal necessário. Não é preciso ser membro de uma comunidade religiosa, onde é forte a repressão, para revelar em curta conversa resquícios da influência distorcida que se tem do sexo. Em linhas gerais, e apenas para começar (e apimentar o tema), basta dizer que independente da forma como se encara a sexualidade, não há como fugir dela, pois somos seres sexuados, temos desejos, e por mais que se queira, é impossível fugir dessa realidade. Em outras palavras, não há eficácia nas sessões de exorcismo que acontecem no ambiente religioso para expulsar o "capeta da prostituição, da impureza ou devassidão". Penso que esse tipo de atitude se dê mais por ignorância do que por intenção efetiva.
A história revela que todas as tentativas de reprimir, controlar, impedir a sexualidade não surtiram o efeito esperado. Aliás, dentro dos espaços onde o sexo é visto como "coisa do demônio", ele não somente é praticado, como também apresenta elevados índices do que se chama de "perversão e imoralidade". Sim, isso acontece porque não há força, credo, reza, ação que possa mudar aquilo que é inerente à natureza humana. O sexo não está na esfera da espirtualização como pensam muitos religiosos; ele está na esfera da fisiologia humana, assim como as demais necessidades primárias da espécie, como comer, beber, defecar, etc.
Apesar de tudo isso, o sexo continua sendo um dos mais fortes tabus principalmente para a religião, especialmente o Cristianismo (falo do mundo ocidental). Como nossa moral e ética foram forjadas em cima dos valores cristãos, não é difícil imaginar que a maneira de enxergar a sexualidade, mesmo fora das igrejas, tenha forte influência dessa religião.
É preciso, nesses ambientes, uma revisão nos valores, principalmente em que se considere mais o humano que o espiritual. O homem e a mulher possuem corpos com natureza que precisa de tempo e espaço para vivências e experiências, e não é um tabu, doutrina, ou dogma que poderão impedi-los. Como cristão, penso que Deus nos criou para nos relacionarmos; a forma, entretanto, não foi definida pelo divino. Acredito que a inteligência que Ele nos deu seja suficiente para fazermos nossas próprias escolhas. Dessa forma, entendo que é natural, sim, relacionamentos diferentes do estabelecido pela religião, a exemplo de casamentos sem os trâmites impostos pelo Vaticano, ou entre pessoas do mesmo sexo.
As proibições e demonizações na sexualidade e nos relacionamentos é uma questão intrinsecamente humana e institucionalmente religiosa, e nada de efetivamente divina. Sinceramente, não creio que Deus esteja preocupado se alguém vai se casar ou se não vai; se escolhe uma pessoa do mesmo sexo ou de sexo diferente; se quer ou não a "bênção" sacerdotal. Tudo isso é história e tradição, e portanto, essencialmente humana. Criações nossas que atravessaram séculos e chegaram aos nossos dias, graças a Deus, com menos força do que tiveram no passado, quando pessoas eram presas e até executadas em praça pública (em nome de Deus, credo!), pelo simples fato de amarem fora do estabelecido pela Igreja. Mas, ainda assim, essas convenções estão presentes em nosso dia a dia, e muita gente não consegue ser feliz plenamente com sua sexualidade por conta desses tabus.